segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Clarão no céu continua intrigando pernambucanos e alagoanos


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Ilusão de ótica, fragmentos de meteoros ou luzes de satélites. Essas são apenas três entre as várias explicações possíveis para o clarão visto na noite desse sábado (22) em vários municípios de Pernambuco e Alagoas.

Pouco depois de rasgar o céu nos dois estados, por volta das 19h30, o objeto já era considerado por muitos no Facebook um meteorito. Alguns internautas até contaram ter visto a queda do objeto de perto.
A família do estudante pernambucano Guilherme Barros estava tomando banho de piscina no Cabanga, na Zona Sul, quando o primo de 1 ano, João Koury, apontou para o céu. Os parentes olharam e avistaram uma bola de luz esverdeada, segundo Guilherme. "Pensamos que eram fogos (de artifício). Era uma luz caindo, como se fosse um objeto muito leve", conta. O estudante não conseguiu distinguir a forma do suposto meteorito que caía ao sul. "Só dava para ver a luz. E que era muito grande", diz.

Apesar da polêmica nas redes sociais sobre o "meteorito", o astrônomo Antônio Carlos Miranda não acredita que o objeto foi um asteroide. "Há várias agências vigiando o céu e nenhuma delas registrou o fato", explica. Miranda alerta, entretanto, que ainda fará pesquisas sobre o episódio. As principais agências brasileiras a que se refere são o Observatório Nacional, Instituto de Astronomia e Geociências da Universidade de São Paulo (IAG-USP) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre as internacionais, está a Nasa.

Para ele, o clarão visto pode ter sido até uma ilusão provocada pelas nuvens. "Há algumas muito finas que não podem ser vistas. Quando se posicionam na frente de algum astro que esteja brilhando, podem refletir a luz", esclarece.

O astrônomo atribui o clarão que deixou pernambucanos e alagoanos curiosos também a luzes emitidas por satélites de observação espacial ou a fenômenos relacionados à chuva. "Se tivesse sido visto durante o dia, poderia ser ainda uma descarga elétrica provocada pela colisão entre nuvens", acrescenta.

O diretor do Espaço Ciência, Antônio Carlos Pavão, disse ainda que, se a queda foi vista, o objeto pode ter sido algum fragmento de satélites artificiais, que, com o atrito ao entrar na atmosfera podem ter provocado o fenômeno.

Mesmo com tantas hipóteses, ainda não foi comprovado que o clarão não se tratou da queda de um meteoro. Se sim, várias pessoas podem ter visto a queda tanto no litoral alagoano quanto na Região Metropolitana do Recife. "Quando um meteoro cai, se fragmenta e pode se espalhar por vários lugares dentro de uma mesma região", afirma Pavão.
EXPOSIÇÃO - O Espaço Ciência tem alguns meteoros expostos. Um deles está no Complexo de Salgadinho, que é aberto a visitação das 8h às 12h e das 13h às 17h durante a semana. Nos finais de semana, o horário de funcionamento é das 13h30 às 17h. Os outros estão no Observatório Astronômico da Sé, que fica aberto ao público das 16h às 20h, com exceção das segundas-feiras. Segundo Pavão, as exposições trazem explicações sobre esses fenômenos.
Do Ne10

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